sábado, 7 de agosto de 2010

...Tocava para os mortos e agora toca música adocicada

Comprei um novo-velho orgão! E ainda não paguei todo!

Pra quem gosta de instrumentos vintage, e tem muita gente que curte, um dos mais “doentes” que tenho informação é o Fernando Catatau, o valoroso mestre Arnaldo Baptista, e também vi o tecladista do Burro Morto com um Moog no Festival Fora do Eixo (SP) entre outros. É claro que esses instrumentos são mais caros hoje, e virou “luxo” ter um, e quem tem não se desfaz do equipa, não troca, não empresta e as vezes não deixa nem chegar perto...rsrs...o que é compreensível em partes. Na tour Abril Maio do Mini Box Lunar, aproveitei pra me deleitar nas lojas de instrumentos vintage da Teodoro Sampaio, fui em algumas eletrônicas (sempre há lá no canto da sala uma raridade) e conheci pessoas que possuem algumas dessas jóias, e o mestre Miranda tem alguns synths espalhados nas casas dos amigos em São Paulo, o único que ficou na casa dele é um Korg vintage muito raro!...e ainda não toquei nele...ainda.
Antes de ir para a II Tour Fora do Eixo Nordeste, eu recebi uma benção dos céus! Um amigo que é o melhor eletrônico da cidade – o Sr Wilson! Discípulo de japoneses que atualmente ta construindo um sintetizador pra eu usar no Mini Box Lunar – me dizendo que havia consertado um órgão brasileiro que era da Capela Mortuária do Hospital São Camilo, e que o Padre queria vender pra comprar um portátil para as missas! Parei de fazer tudo e corri pra oficina do Wilson. Cheguei e vi um lindo ITSON (tem um parecido no mercado livre)de 1974 da Casa Bevilacqua (SP) lindo! Tudo funcionando, pedais, slides, teclas, falantes, estrutura de madeira toda conservada, um verdadeiro achado! Não deu em outra! Levei pra casa na mesma hora, chamei um amigo que pegou a pickup do pai e levamos na carroceria à 40 km pra não acordar o “moço” na hora errada.
Aê como sempre o Wilson explicou como funciona tudo, desde os geradores de som até a composição da estrutura de madeira como se a gente entedesse tudo o que ele estava falando! Ele sempre faz questão de explicar do jeito “bob moog” dele, é realmente um figura incrível! Que todos respeitam pelo conhecimento que carrega do mundo eletrônico.
Passamos pelo Poliphonic pra mostrar pro Ppeu e meus pais (pra quem não sabe eu e Ppeu somos irmãos) que soltaram a frase que ainda bem que ta ficando clássica: “tu sempre acha essas coisas velhas e bonitas!” ...e claro que o Ppeu já queria gravar pra sentir o som nos monitores do Studio, porém ficou pro disco do Mini Box. Fui pra casa da Helu mostrar o novo integrante da família, e claro, ela quase cai de tanta emoção...e a primeira música que nasceu dele nas minhas mãos foi a Soda, que vou gravar aqui no Poliphonic pra somar as faixas do cd com o Miranda.
Ele agora ta aqui me olhando como se soltasse frases de agradecimento, do tipo carregada de gratidão, pois ele saiu da capela que tocava musica pra entes que já passaram dessa pra melhor, e o que ele queria mesmo era tocar coisas mais saltitantes, de sol, de amor ao passado/presente/futuro e dos afagos que disparamos todos os dias nele, ele vê os Palafitas entrarem na sala num passar de mão nele, e em todas as reuniões do Núcleo Durável ele está presente, assim como as conversas, tramas, amadurecimento e novas idéias para o cd da banda, cd este que ele o ITSON da Casa Bevilácqua já faz parte. Agora a Harmônica Hering que a Helu comprou na Feira da Benedito Calixto num dia de passeio com a Dani Amerê, Marquinho, Pablo e Mari Soldi, já tem companhia, junto aos irmãos mais novos como o Ensonic ESQ1, o Tokai Tx-5, O Roland W30, Módulo SC880, O "irmão estranho" Theremim TH1, e o velho e charmoso viloão Giannini 1969 que compus Cabine 103, Despertador, A Viola e o Pandeiro, Sessão Vintage, Gregor Samsa, Aceno entre outras do Mini Box Lunar.
...ah é, falta pagar a última parcela dele!Abs!

7 comentários:

Cesar... disse...

Casa Beviláqua, cara, acredita que começei minha vida musical comprando uma guitarra na Casa Bevilaqua? Centrão de Sampa, e mais .. Meu pai trabalhou nessa casa beviláqua qdo era moço.. antiga essa loja hein? heheh.. q legal.. abraços e boa sorte com o novo membr da família.. heheh

Lincoln Noronha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lincoln Noronha disse...

"Na Praça Clovis (Bevilacqua)
Minha carteira foi batida
Tinha 25 cruzeiros e seu retrato
Vinte e cinco francamente achei barato
Prá me livrar de meu atraso de vida
Já devia ter rasgado aquela foto e não podia
Me livrar daquele olhar que me maltratava e perseguia
Um dia veio o lanceiro
Naquele aperto da praça
Vinte e cinco, francamente foi de graça"

Paulo Vanzolini

Heluana Quintas disse...

Que legal, LInconl. Bonitinho mesmo. De graça 25 contos pra me livrar daquela maldita ahhah

Otto Ramos disse...

Legalzin o texto linconl!!! abs

Lincoln Noronha disse...

iaê? como estão as viagens? vão passar por aqui logo mais novamente?

Camila Ramos disse...

Lindo, lindo, lindo *--*